Sessão de Isolamento Outra Hora | Dia 7

Com o famigerado Coronavirus se alastrando pelo mundo, muitas escolas, faculdades e negócios vem suspendendo atividades até que a pandemia seja controlada.

Logo, nós do Outra Hora decidimos criar um guia com dicas para todos vocês que vão passar de uma a duas semanas sem poder sair de casa, na esperança de tornarmos esse período mais agradável para todos. Todo dia indicaremos três filmes (um na Netflix, um na Amazon e outro não necessariamente em alguma plataforma), três álbuns (um novo, um antigo e um brasileiro) e duas séries (uma na Netflix - hoje, Hulu - e outra na Amazon) para serem conferidos, e que são de fácil acesso - nada de pirataria (piscadela).

Caso tenham alguma dica, deixem nos comentários, sendo que as sessões vão ser diárias.


Por Marco Oliveira

Como os filmes de ontem foram todos na Netflix, hoje os três serão da Amazon, para compensar.

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filme 1 | looper

Aonde assistir? | Amazon Prime Video

Por que assistir?

Escrito e dirigido por Rian Johnson - que dirigiu o terceiro melhor Star Wars -, “Looper” é criminosamente esquecido por todos quando falamos das melhores ficções cientificas da última década.

Abordando a viagem no tempo de forma inventiva, com ótimas performances enquanto ainda inclui referências e homenagens aos mangás e animes japoneses, é um filme tenso, divertido e que, ainda por cima, vai lhe dar o que pensar por um bom tempo. E isso temos de sobra.

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filme 2 | o poderoso chefão

Aonde assistir? | Amazon Prime Video

Por que assistir?

Depois de anos ouvindo que este filme de Francis Ford Coppola é um dos melhores de todos os tempos, e sempre o deixando para depois por causa de sua duração - e alguns por ter sido lançado quase 50 anos atrás - não há hora melhor de conferir-lo do que agora.

Intrigante do início ao fim e com resoluções imprevisíveis a cada momento para te deixar entretido, a fama é verdadeira: O Padrinho é uma obra prima.

filme 3 | amnesia (memento)

Aonde assistir? | Amazon Prime Video

Por que assistir?

Com o possível adiamento de “Tenet”, novo filme de Christopher Nolan, nada melhor do que assistir aquele que considero o melhor em sua já icônica filmografia.

Em uma escala completamente diferente das produções grandiosas que comandaria depois (“Trilogia Batman”, “A Origem”, “Dunkirk”, “Interestelar”, etc…), aqui Nolan mostra seu apreço por narrativas pouco convencionais, construindo um mistério envolvente que, por acaso, é contado de trás pra frente. Não que isso importe muito (importa).

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Por Pietro Braga

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Álbum 1 | grey area, little simz

Aonde ouvir? | Qualquer plataforma de streaming

Por que ouvir?

O ano musical de 2019 foi dominado pelas mulheres. Algumas se destacaram por criarem projetos intimistas e solitários, como Emily Sparkles, e outras por tentarem e serem efetivas em criar algo impositivo e inovador, como é o caso de Brittany Howard. Já Simbi, apelido de Little Simz, conseguiu misturar o melhor dos dois mundos.

A mixagem e os beats que compõem Grey Area são viscerais e hipnóticos, alem de muito bem polidos. Seu flow energético e singular contradiz um pouco sobre a narrativa de fato “cinza” do album. A vida sem cor, onde buscamos constantemente por uma identidade é extremamente penosa e é disso que a rapper trata. Profundo e estimulante, o projeto traz mais uma excepcional artista mulher para um gênero que ficara muito conhecido por sua misoginia.

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Álbum 2 | carrie & Lowel, sufjan stevens

Aonde ouvir? | Qualquer plataforma de streaming

Por que ouvir?

Sufjan Stevens, durante toda sua discografia, fez questão de expor certa vulnerabilidade no que tange a sua vida. Fazendo isso de uma forma não tão literal, cheio de metáforas, Sufjan cria uma das experiências auditivas mais sinceras da história. Seus arranjos cintilam entre o mais minimalista possível até orquestras e coros unidos ao misticismo tanto de sua voz quanto da narrativa focal do álbum, e são completamente cativantes, por mais tristes que sejam.

Enquanto fala da morte de sua mãe e como teve de lidar com isso, com sua voz angelical, perpetua uma noção de intimidade imensurável no momento em que fala sobre algumas de suas mais vulneráveis sensações e pensamentos através de melodias expressivamente tristes. Independente do “mood” que o álbum impõe ao ouvinte, ele não deixa de ser uma experiência inacreditável em evocar sentimentos e os deixa-los a flor da pele de um dos grandes artistas dessa geração.


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Álbum 3 - Tábua de esmeraldas, jorge ben jor

Aonde ouvir? Qualquer plataforma de streaming

Por que ouvir?

“Tem que dançar dançando.”

A viola de Jorge Ben nunca soou tão independente quanto na Tábua de Esmeralda. Há uma busca em suas letras por atribuir verdadeiro significado filosófico a elas e sim, não há uma única alma que tenha se entregado à poesia aberta e significados ocultos de Jorge sem ter se apaixonado.

Acrescentando algumas narrações ou diálogos em certas faixas, a sensação de um projeto gravado inteiramente de maneira acústica martela na cabeça de quem o escuta de tão limpa que é sua produção. A leveza de todos instrumentos servindo de suporte para o cantor e sua viola é magistral, e a vastidão deles surpreende sem parecer complexa, no que é talvez o maior álbum da história de nosso país.


Por Taís Palinski

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Série 1 | The Act

Aonde assistir? | Hulu

Por que assistir?

Em tempos de isolamento, “The Act” é a série perfeita para quem busca intensificar o sentimento da quarentena. A primeira temporada de 08 episódios dramatiza a história real de Gypsy Rose (Joey King) e sua mãe, Dee Dee Blanchard (Patricia Arquette). Durante toda sua vida, Gypsy acreditou sofrer de inúmeras doenças, porém essas complicações eram apenas uma forma de controle criadas por sua mãe. Para escapar dessa realidade a menina decide assassinar Dee Dee. Com essa história bizarra a série nos presenteia com atuações e episódios envolventes, além disso a produção impecável torna divertido fazer comparações da série com vídeos reais de Gypsy e Dee Dee.

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Série 2 | Freaks and Geeks

Aonde assistir? | Amazon Prime Video

Por que assistir?

Um dos cancelamentos mais injustos no mundo das séries. “Freaks and Geeks”, como o próprio nome diz retrata a realidade escolar dos dois estremos: Os nerds e a galera do fundão. Situada no início dos anos 80 a série aborda temas como bullying, problemas familiares e pertencimento em grupos de uma forma leve e divertida, mesmo tratando de esteriótipos os personagens possuem complexidade e humanidade. Além de tudo podemos assistir James Franco, Linda Cardellini, Jason Segel, Martin Starr e Seth Rogen no início de suas carreiras com uma trilha sonora clássica dos anos 70 e 80.

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