Crítica | Game Of Thrones - S8 E2

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Para aqueles que reclamaram, com razão, da lentidão do episódio de abertura da oitava temporada…

…pois bem.

Desde o primeiro momento de “A Knight Of The Seven Kingdoms” sabíamos que a pegada seria diferente de seu antecessor. Podemos admitir que todos gostamos do novelão que a série se tornou, aquele que dá tempo para seus personagens e seus diálogos. Mas o episódio de ontem (22) serviu principalmente para nos conectar mais ainda com aqueles que aprendemos a amar e também nos preparar para perdê-los. Afinal, todos eles vão morrer, não vão?

A principal diferença a ser notada é o simples mérito da sensação da narrativa estar indo para algum lugar. A homogenia entre ambos os capítulos se mostra nos constantes diálogos seguidos por encontros e desencontros rasos mais usados para nos situar de onde paramos. Mas ainda assim a falta de intensidade tornou ‘‘Winterfell’’, embora aproveitável, esquecível.

“A Knight Of The Seven Kingdoms”, começando com o interrogatório de Jamie, estabelece muitas coisas importantes. Uma delas sendo evocar o quão o personagem de Nikolaj Coster Waldau cresceu, em diversos aspectos. Além de se tornar uma das pessoas mais gostáveis para o público, sua jornada de redenção como pessoa foi gradativamente ganhando força, conforme conhecemos mais a personagem de Cersei e enxergar o tolo ingênuo que ele era para com sua irmã.

‘‘The things we do for love’’

Falando em amor. Bom, Arya.

Só é estranho porque acompanhamos o crescimento dela, pois quando refletido friamente, a garota já cortou gargantas, muda de rostos e tem uma lista de pessoas as quais ela precisa matar. Não é como se sexo fosse o evento mais pesado do arco da Stark. E sobre os Starks, Sansa, que cada vez mais soa como a pessoa certa para se sentar no trono, nos proporciona um momento extremamente sensível com Theon e outro extremamente dúbio com Daenerys, que num instante alegou amar Jon, mas que no grande momento em que descobriu a verdadeira linhagem dele só conseguiu pensar sobre ele ser o principal herdeiro ao trono. Nem chegou a cogitar os dois liderando junto. É um vício. Mais do que qualquer coisa, Daenerys Targeryan é completamente viciada no trono de ferro.

Mas o engraçado é que nesse episódio, absolutamente todos estavam - acreditem - dispostos a fazer o bem. Literalmente o mais benevolente da história da série. Desde Brienne defendendo Jaime diante de Daenerys, ‘‘Hound’’ admitindo para Arya que lutou por ela, Jorah tomando as dores de Tyrion e recebendo a espada da família de Sam. Boa ação atrás de boa ação tornou o episódio se tornou um dos mais emocionalmente engajantes porque, querendo ou não, não é com isso que estamos habituados depois de 8 anos de série.

Das boas ações, a melhor. Jamie, que havia suplicado a Brienne para servir no batalhão liderado por ela, lhe concedeu o título de cavaleira no ponto alto do episódio. Talvez seja por ser a noite antecedendo a suposta morte, mas seria inimaginável cogitar aqueles 6 conversando por tempo indeterminado em frente a uma lareira. E entre taças de vinhos, uma história hilária de Tormund sobre ser amamentado por uma gigante, e Podrick cantando uma última canção que atinge um pico emocional altíssimo, aconteceu algo que, agora sim, os fãs de Game Of Thrones estão acostumados. Frases memoráveis de Tyrion Lannister.

‘‘To the perils of self betterment’’

Os perigos causados pelo aprimoramento pessoal são basicamente o motor da série. O caso é, devaneando lembranças com Jamie, Tyrion chega a conclusão que uma vida ordinária leva a preocupações ordinárias. Na história de GOT, conforme qualquer indivíduo se torna mais poderoso ou inteligente, mais apreensões lhe aparecem e mais atormentado ele fica, e isso podendo ser diretamente associado com a nossa vida. Talvez não sobre dragões, ou ‘‘Caminhantes Brancos’’, mas sim, essa frase de Tyrion é facilmente direcionada para todos. É, de forma palpável, relembrar todas camadas dos importantes personagens da série. Pensar, depois de algum tempo se tornando uma história estritamente fictícia, que os minuciosos elementos humanos que a série nos proporciona são de grande impacto. É entender de verdade, que acabou o tempo de conversas. Os diálogos dessa vez levaram a algum lugar. De fato, um brinde aos perigos causados pelo aprimoramento pessoal.

Que ele ajude na batalha dos vivos contra os mortos.

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